segunda-feira, junho 25, 2007

Também é sueco, mas é coincidência ♪ (You Are the Light - Jens Lekman)

A última vez que pus Jens Lekman aqui a tocar acho que foi The Cold Swedish Winter, e era Inverno e eu provavelmente estava triste porque tinha frio nos pés (antes de perceber que não havia nada de errado em usar dois pares de meias).

Portanto, nada mais apropriado que trazer agora este You Are The Light (By Which I Travel Into This and That) para o início de Verão. É que tem luz, amor, humor, um coro e sopros, coisas que tornam a época estival num período mais feliz. E alguém é capaz de imaginar um Verão sem sopros? Pois.


On The Rebound

«Lately it seems that every single person I meet is on a rebound of sorts. So then you got a whole bunch of them just bouncing around and bumping into each other with unresolved issues and scared shit of being alone. And you start to see every one of them as a fucking consultant, measuring you up on career prospects, wooden floor houses, turbo diesel injection cars, right away baby willingness and conjuring up questions like 'would you give me a good life?'. Now, that's scary.»

[diálogos para filmes imaginários]



quinta-feira, junho 21, 2007

Ehhhh, prémios!



Nestes últimos dias, três bloguistas tiveram a grande consideração (e a insensatez) de me atribuir prémios.

A Pipoca (vou supôr que ser o sétimo da lista é uma distinção especial) e a Luna consideram que este blogue é uma das 7 Maravilhas da Blogosfera. Já a S.B., do Narcisicamente, acha que o Acthung Baby é um Blog com Tomates, mas faz questão de dizer que não o leva a sério - felizmente.

Agradecendo e sentido-me mesmo agradecido com a simpatia destas bloguistas, que leio sempre com atenção, vou aceitar estas nomeações, ou premiações. No entanto, não seguirei a incumbência de nomear mais blogues porque:


- sou má pessoa.

Esclarecido isto, e sabendo que será inevitável que me retirem a distinção de "Blog com Tomates" porque, como diz o site oficial, é "aquele que luta pelos direitos fundamentais do ser humano", decidi criar o meu próprio galardão.

Combinando o conceito das 7 maravilhas com os Tomates, atribuo-me o prémio:


"Sou Um Colosso de Rodes Com Uns Grandes Tomates"

"Olhem os meus tomates, eles são colossais!"


Quem quiser um Sou Um Colosso de Rodes Com Uns Grandes Tomates é só roubar a imagem, pôr no blogue, enviar-me um e-mail a avisar e dar conhecimento ao governo português. Logo que puder, responderei a dizer que me estou a cagar.


Who's that girl?

«We only talked for a bit, but it was clear that she was a master of all things pop.»

[diálogos para filmes imaginários]



segunda-feira, junho 18, 2007

28



Embora mais velho e, por vezes, um pouco menos entusiasmado, gosto de pensar que continuo uma pessoa curiosa e de bom gosto.

sábado, junho 16, 2007

Lições de vida

Um dos momentos definidores da história a que vou chamando 'vida', foi um diálogo que tive há uns bons anos com uma ex-namorada que, entretanto, o voltaria a ser (namorada e ex). Estacionados à porta de casa dela, perguntou-me: «O que é que te marcou mais na nossa relação?». Pensei durante um bocado, respirei fundo, e respondi:

- Acho que foi o ter encontrado alguém que, sendo tão diferente de mim a um nível superficial, me fez sentir algo que talvez nunca tenha sentido antes, através de uma ligação baseada naquilo que acaba por contar mais. Sobretudo, uma espontaneadade no gostar, um compromisso com os sentimentos e com a verdade das coisas. Uma promessa de algo maior, suponho, qualquer coisa por aí.

Ela ficou calada a olhar para mim.

«E tu?», perguntei.

Prolongou a pausa durante mais uns segundos, olhou pela janela, olhou para os pés, voltou a olhar para mim e respondeu:

- Eu acho que foi o sexo.

sexta-feira, junho 15, 2007

Há quem lhes chame 'livros de divulgação científica'

"Virtually all novels and plays are about the same subject, even when disguised as history or adventure. If you want to understand human motives read Proust, or Trollope, or Tom Wolfe, not Freud or Piaget or Skinner. We are obsessed with others' minds. 'Our intuitive commonsense psychology far surpasses any scientific psychology in scope and accuracy,' wrote Don Symons. Horace Barlow points out that great literary minds are, almost by definition, great mindreading minds. Shakespeare was a far better psychologist than Freud, and Jane Austen a far better sociologist than Durkheim. We are clever because we are - and to the extent that we are - natural psychologists."

in The Red Queen - Sex and the Evolution of Human Nature, Matt Ridley

terça-feira, junho 12, 2007

Este blog é feito por sábios e eloquentes leitores que me põem no meu devido lugar

Neste caso, uma leitora:

Lamento, mas não posso concordar consigo. Para ser uma canção pop mais que perfeita falta-lhe un je ne sais quois, talvez uma pitada de romantismo melódico de uns belle & sebastian, ou uma mão cheia de ironia trágico-cómica de uns pulp, ou ainda um toque de intemporalidade filosófica de uns smiths; para além de ter um ritmo algo incerto, o que faz com que não seja grande coisa para dançar. [...]


Concordo com quase tudo, sobretudo com a parte em diz, plena de razão, que não pode concordar comigo. É que chamar a Young Folks uma Canção Pop Mais Que Perfeita é disparatado. É mesmo. Como é que alguém poderia concordar com isto? Nunca o esperaria.

No entanto, não é raro eu próprio discordar de coisas que escrevo neste blogue. Sem esquecer que há Domingos em que uma pessoa acorda, não está de ressaca existencial, e chega à Feira do Livro e vê uma data de gente com um ar normal.


Por outro lado, substituiria os Belle & Sebastian pelos Guillemots, os Pulp pelo Jens Lekman e os Smiths pelo Sting. Sim, o Sting.

E o que tem de mal a incerteza rítmica?

domingo, junho 10, 2007

Chamadas de atenção

«João Gilberto ficaria internado, aos cuidados de um respeitado médico baiano, o prof. Nelson Pires, chefe da cadeira de Psiquiatria da Universidade Federal da Bahia, e de sua equipe.

Não chegou a ser exatamente uma internação, nem o setor do prof. Pires internava homens. E, como se constatou, nem era caso para isto. João Gilberto ficou no ambulatório, sendo submetido a uma bateria de entrevistas com as psicólogas, as quais confundiu com a sua argumentação ferina e sibilina. Como no dia em que, olhando com ar perdido pela janela, comentou com uma delas:

"Olha o vento descabelando as árvores..."
"Mas árvores não têm cabelo, João".
"E há pessoas que não têm poesia".»

in Chega de Saudade - A história e as histórias da Bossa Nova, Ruy Castro

Uma Canção Pop Mais Que Perfeita: Young Folks - Peter Bjorn and John (feat. Victoria Bergsman) ♪

Young Folks de Peter Bjorn and John (feat. Victoria Bergsman) pode não ser uma grande canção. É provável que não se torne num clássico e ainda menos provável que passe na RFM daqui a dez anos. Mas não deixa de ser uma Canção Pop Mais Que Perfeita, como irei explicar por pontos:

  • Peter Bjorn and John (feat. Victoria Bergsman) são suecos. Os suecos são conhecidos por não saberem fazer má música pop, sendo que os Ace of Base não são excepção a esta regra.

  • Gosto muito de suecos, embora ache que nunca tenha conhecido nenhum sueco. E se é mentira que a Suécia tem das taxas de suícidio mais elevadas no mundo, já não é mentira que os suecos não são todos boas pessoas. Acho que a Suécia seria um bom país para um romântico frio e racional como eu, e eu também seria bom para um país como a Suécia.

  • O assobio. Assobiar, embora possa ser considerado má educação, é assumir a despreocupação, negar o rídiculo e abraçar a melodia. Esta é uma das essências da música pop. Mesmo que pareçamos uns idiotas com os lábios em forma de botão.

  • O modo como o assobio e o baixo se colam. É a melhor combinação de baixo e assobio na música pop todos os tempos.

  • A percussão. Depois de anos e anos em que uns charros, um djambé e uma camisola mexicana, faziam de qualquer barbudo um artista de rua, é reconfortante ouvir alguém tocar um bongo com um propósito sublime na vida. E a música pop é sublime, fumar charros é uma distracção.

  • A letra da música ser sobre alguém que só quer falar com alguém. Chego a uma altura na vida em que, parece-me, já ninguém fala com ninguém. As pessoas dizem piadas, flirtam, mentem, discutem, argumentam, manipulam, elogiam, expõem, gabam, partilham, revelam, indiciam, convencem, dizem merda; mas não falam.

  • Young Folks não tem uma bridge. É preciso ter coragem para fazer uma música pop sem ponte, ou então é simplesmente pouca inspiração, de qualquer modo, não se dá pela falta.

  • Victoria Bergsman. A ex-vocalista dos Concrettes entra pela música como quem entrou sem querer num estúdio e decidiu começar a cantar. Por um lado, não acrescenta nada de relevante à canção, já que a grande força do tema reside na melodia, por outro lado, passados três segundos já não imaginamos que a vida é possível sem Victoria Bergsman.

  • Hoje descobri que a música é usada num anúncio da Optimus. Não fiquei melindrado, nem com a operadora, a banda ou a editora, como seria de esperar de alguém com pretensões de conhecedor musical. Primeiro, porque não sou nenhum conhecedor musical, sou apenas um apreciador. Segundo, porque a Optimus é reconhecida por ter sempre boa música nos seus anúncios, mesmo que não tenha assinantes.

terça-feira, junho 05, 2007

O melhor post do ano

Novo anúncio da Netcabo: "Trrrim trrrim. Trrim trrim. Quem é? São as putas"

in
O Que É Um Blog

domingo, junho 03, 2007

A Grande Fossa

Não é nervoso, não é emoção ou qualquer tipo de paixão, é apenas uma tensão.

E assim se desvanece a magia no ar. A mesma magia no ar a que Bruce Springsteen, the Boss, se referia em Thunder Road, no ano de 1975. Aquela magia que nos faz acreditar, contra todas as expectativas, em algo de diferente - one last chance to make it real.

A 'Fossa' é um mergulho num terreno pantanoso de emoções que, não raras as vezes, evoca a náusea. Como Stan, o miúdo de oito anos do South Park que, sempre que vê Wendy, vomita de forma descontrolada. A quinze dias dos 28 anos já não vomitamos de forma descontrolada, mas continuamos a ter o direito de ficar nervosos. Ou tensos.

A 'Fossa' é o quebrar de todas as falsas certezas por uma lembrança que não queremos. A 'Grande Fossa' é a maior deslembrança, aquela que se apodera dos nossos pensamentos e nos manieta qualquer tipo de raciocínio.

Um lírico criará sempre um sofrimento à medida das suas necessidades e procurará sempre a magia em todos os lugares errados. Está na sua natureza. Mas o prolongamento no vácuo será sempre um exercício vão, porque nada se expande nesse lugar. E o lírico terá de aceitar que chega uma altura em que mais do que perdoar o outro, ou a outra, terá de se perdoar a si mesmo.


É necessário devolver as coisas ao seu lugar certo, aceitar o não-sentimento e toda a impossibilidade reduzida daquilo que é possível. Ao lírico restar-lhe-á aceitar todo esse fracasso, perder todos os não lugares daquela que é a sua não-História. E sair da Fossa.

Ao ensinares-me que tentar definir a grandeza ou as ramificações de tudo o que se passou é apenas um exercício vão, apresentas-te com a tangibilidade do que nunca foste e do que é alcançável - mesmo quando não passaste de uma imagem irreal. Mas é aí que te superas, quando te realizando és mais do que toda a pequenez de mentiras e promessas quebradas, quando vales por tudo o que foste e não foste, e é aí que te devolvo toda a tua grandeza e todo o amor e lealdade que sempre mereceste perante todos, perante todas. É aí que nos libertamos.

E resta-nos; resta-me, o nada. Resta a solidão. Resta a única e derradeira certeza, a certeza de que se está sozinho. Sozinho no amor, sozinho na vida e na razão que se escolhe para o sentido desta. E abraçar a solidão é sempre o acto mais difícil para aquele que está só.


A tocar: Cry on demand, Ryan Adams - porque sim.

sexta-feira, junho 01, 2007

Não desistir

Se este blogue correr o risco de se tornar um blogue de fim-de-semana, quais serão os benefícios para si, o leitor? O mais provável é: nenhuns, embora não o garanta.

Na presente conjuntura não lhe posso sequer garantir a si, o leitor, a qualidade da série Comics. Esse aí em baixo deu-me especiais dificuldades na questão da punchline. Um ser mais básico e interessado em promover a interactividade democrática blogger/leitor teria certamente deixado o último balão em branco, e convidaria os leitores a fazerem sugestões por meio de caixa de comentários. Os resultados seriam, decerto, mais engraçados e mais benéficos para si, o leitor; mas tal coisa nunca irá acontecer.

Ainda assim, e com a mesma falta de consideração com que sempre o tratei, a si, o leitor, gostava de lhe pedir para não desistir deste blogue.

Como tal, prometo para breve:

- mudar a música que deveria tocar aí ao lado para Young Folks de Peter Bjorn and John (feat. Victoria Bergsman). Uma canção pop mais que perfeita, como explicarei por pontos.

- traduzir um ensaio óptimo do Kurt Vonnegut sobre escrita, que ninguém irá ler.

- continuar a série "Regras de Etiqueta para o Homem Moderno", com capítulos sobre "Passagens em Portas", "Sitações Pós-Sexo", "Como Reconhecer Betas Alternativas e Matarruanas de Botins em Ambientes Escuros e Fumarentos", entre outros.

- fazer e partilhar uma "mixtape" (em mp3) cujo tema será "Mrandre2u Making Love Mixtape" e que, em princípio, não estará aberta a sugestões dos leitores.

Como vê, o leitor, há boas razões para não desistir deste blogue.

É que não sei se já alguma vez desistiram de alguém - algo nada bonito de se ver.

ACHTUNG BABY presents: Heroes Comics!

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